Enquanto a inteligência artificial (IA) vai conduzindo a 4ª revolução industrial, permanecem alguns medos e dúvidas sobre esta tecnologia. Na primeira revolução industrial, as máquinas começaram a substituir o trabalho manual, e houve logo aí preocupações sobre essa mudança. Falemos então um pouco sobre a inteligência artificial. Como em qualquer mudança radical de pensamentos e ideias, algo que provoque uma disrupção no status quo pode conduzir a receios. Pense no homem das cavernas e no fogo, uma grande ideia certamente, mas era assustador por ser desconhecido.
Para beneficiar realmente da IA, é importante que pensemos por um momento nas lições das mudanças tecnológicas do passado para que possamos planear melhor, por forma a minimizar o risco. O que queremos é maximizar o valor da crescente importância da AI. Vamos então desmistificar os dois mitos mais comuns sobre a IA.
Mito #1: A inteligência artificial vai substituir empregos e eventualmente até pessoas.
No século 18, quando a produção com máquinas começou a substituir alguns tipos de trabalhos manuais, o desemprego de facto aumentou durante um certo período de tempo, mas no médio, longo prazo não houve um impacto tão negativo assim. Implementar novas tecnologias altera os empregos humanos, mas não necessariamente os elimina. Há que ver a AI como uma mais valia para a maioria dos empregos humanos. De acordo com um estudo da Gartner, afirma-se que em 2020 a IA irá retirar cerca de 1,8 milhões de empregos, mas por outro lado irá substituí-los por 2,3 milhões de novos empregos. Estamos a falar de um ganho de 500000 empregos.
Robots? Alguns dos medos sobre os robots poderem tomar conta das nossas vidas refletem até alguma ignorância sobre o quão implementada a IA já está. Por exemplo, num site já pediu ajuda sobre uma qualquer transação e deu consigo a responder a perguntas automáticas? Isso é IA. Os call centers de serviço ao cliente são uma grande história de sucesso de IA, e não porque a tecnologia está a substituir pessoas. Está é a ajudá-los a serem mais produtivos e prestarem um melhor serviço.
Mito #2: Vai arruinar a Privacidade
Não há como negar que ferramentas como o reconhecimento facial colocam preocupações válidas sobre o direito de uma pessoa à sua privacidade. Estas ferramentas são muito discutidas hoje em dia no que toca à sua utilização para combater o crime. Em muitos casos, não é claro quais deveriam ou não ser os direitos pessoais, pois a verdade é que os sistemas legais não acompanharam a tecnologia em termos de transparência, procedimentos e outras dúvidas.
Quando uma pessoa usa uma ferramenta grátis – pensemos no Google e Facebook – os seus dados são coletados e os padrões monitorizados, e toda esta informação alimenta ferramentas tecnológicas. Não nos surpreendemos por todos estes dados serem usados para criar anúncios segmentados.
Os seus dados nas redes sociais – e em todo o lado – são fornecidos como um pedaço de informação para os RH e companhias de seguros. Seríamos ingénuos se pensarmos que isto não acontece. São cada vez mais recorrentes os debates sobre questões éticas relacionadas com IA e os desafios de privacidade que daí advém. Há medida que a IA vai sendo mais utilizada, estes debates aumentarão e vai haver mais desafios legais obviamente. Todas estas questões conjuntas irão definir os limites da IA.

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